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Lingüística SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix, 1969. Capítulos: Introdução: 1,2,3 e 4; I Parte: 1 e 2. “... toda definição a propósito de um termo é vã [ estéril ]; é um mau método partir dos termos para definir as coisas.” ( p.22 )
Lingüística é a ciência que se constituiu em torno dos fatos [ leis ] da língua. Este estudo envolve duas disciplinas heterogêneas. Uma tem como assunto a língua e a outra a fala. A segunda é subordinada a primeira apesar de que, historicamente, a fala vem sempre antes. As duas são distintas, mas elas estão estreitamente ligadas e se implicam mutuamente. A língua ( langue ), sistema de signos distintos que exprimem idéias, é essencial, determinada, independente, unicamente psíquica, homogênea, social e representa o objeto da Lingüística. A língua é um fato social e um fenômeno semiológico. Ao contrário, a fala ( parole ) é secundária, acessória, mais ou menos acidental, psico-física, inteligível e individual. A faculdade de falar, segundo Broca, se localiza na 3ª circunvolução frontal esquerda do cérebro. Esta bifurcação retrata dois caminhos, dois lados da linguagem. A linguagem, faculdade inerente a todos os indivíduos, é multiforme, heteróclita, física, fisiológica, psíquica, individual, incognoscível, heterogênea e social. [Ela se divide em verbal e não-verbal. A verbal é a fala propriamente dita e a não-verbal é qualquer outra forma de expressão e comunicação. Esta última é o objetivo do uso da língua pelos seres humanos]. A língua está em primeiro lugar entre os fatos da linguagem, é algo adquirido e convencional, ou seja, é o " conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos " ( p. 17 ), é delimitada no conjunto dos fatos de linguagem e classificável entre os fatos humanos ( Semiologia, do Grego semeîon, "signo" ). Semiologia, parte da Psicologia social a qual é parte da Psicologia Geral, pode ser definida como a ciência que estuda a vida dos signos no seio da vida social. Os signos lingüísticos são associações psíquicas, arbitrárias e tangíveis entre o significado ( conceito, idéia ) e o significante (imagem acústica, imotivada e linear ). “... o significante é imotivado, isto é, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço [ vínculo ] natural [ necessário ] na realidade.” ( p. 83 ). Exemplo: arbor ( Do Latim, “árvore” ). Dessa ciência geral, a Lingüística é apenas uma parte. A história da Lingüística passou por três fases ou períodos sucessivos. Na primeira fase, os gregos, baseados na lógica, inauguraram o que se chamava de "Gramática" ( disciplina normativa ). Esse estudo que foi continuado principalmente pelos franceses visa a formular regras. Na segunda fase, apareceu a Filologia cujo objeto era a língua e o método era a crítica. As pesquisas deste período prepararam a Lingüística histórica. A terceira fase começou com a descoberta da Gramática comparada ou Filologia comparada. Franz Bopp, em Sistema da Conjugação do Sânscrito ( 1816 ), estudou as relações entre o Sânscrito, o Germânico, o Grego, o Latim, etc. ( parentesco, família, língua-mãe ) e percebeu que as línguas afins podiam tornar-se matéria duma ciência autônoma. Com o primeiro impulso do norte-americano Whitney, autor de "A vida da linguagem" ( 1875 ), surgiram os neogramáticos e uma nova escola foi fundada. "A matéria da lingüística é constituída inicialmente por todas as manifestações da linguagem humana..." ( p. 13 ), a tarefa é "fazer a descrição e a história de todas línguas que puder abranger" ( p. 13 ), "procurar as forças que estão em jogo, ... , em todas as línguas e deduzir as leis gerais ... (de) todos os fenômenos peculiares da história" ( p. 13 ), "delimitar e definir-se a si própria" ( p. 13 ). A lingüística estabelece relações com a Psicologia social, Fisiologia, Sociologia e Filologia ( conexas ) . “A língua já não é agora livre, porque o tempo [ fator histórico ] permitirá às forças sociais [ coletividade ] que atuam sobre ela desenvolver seus efeitos, e chega-se assim ao princípio de continuidade, que anula a liberdade. A continuidade, porém, implica necessariamente a alteração [ evolução ], o deslocamento mais ou menos considerável das relações [ entre o significado e o significante ].” ( p. 93 ). Os princípios de continuidade e alteração pertencem à Semiologia Geral. Exemplo: necare ( do Latim clássico, “matar” ), necare ( do Latim vulgar, “afogar” ) e noyer ( do francês, “afogar ).
[15/11/2005] Powered by ileitura
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